quinta-feira, 11 de maio de 2017

Kollaa Kestää: Discografia


Teeeerve! Mais um belo fóssil escavado há pelo menos 10 anos, mas sabe-se lá porque nunca foi devidamente apresentado. Erros à parte, vamos ao que interessa: de Tampere, Kollaa Kestää.


Formada em 1976, desde sempre sua proposta já era calcada na zona que separa o punk da new wave, tendo Juha Helminen (guitarra), Jyrki Siukonen (bateria), Kai Kivi (vocais, guitarra) e Erkki Huhtamo (baixo) na sua formação. Em 1978 gravam o primeiro single, "Musti, Sotakoira", seguido de "Kollaa Kostaa". Em 1979 emendam outro single, "Kirjoituksia Kellarista", todos via Poko Rekords, um selo local. 


(Parênteses)


Apesar deste já se encontrar mais que familiarizado com os bons sons finlandeses, Kollaa Kestää serviu para atestar que ali era o lugar para escavar coisas diferentes. Inclusive, usei uma camisa do single Kirjoituksia Kellarista até virar pano de chão. 



Naquele mesmo ano a banda inicia conversas com o pessoal da gravadora, a fim de gravar seu debut por outro selo e partem para a Johanna. A mudança de gravadora também acompanhou as modificações na formação. Apesar do sucesso de Jäähyväiset Aseille, o baterista Jyrki pula fora, por desejar um direcionamento ainda mais punk, enquanto que a banda nadava por uma corrente mais new wave. Mikko Nevalainen também deixa o grupo para tocar baixo no Eppu Normaali, reduzindo a banda como um trio (Kai, Kirvi e Juha), mas com aquela tradicional ajuda ao vivo de músicos de outras bandas. 


Qualquer semelhança com Ramones, Buzzcocks e toda a turma de 1977 é realmente intencional, afinal, naquela época estavam e, aproveitando tudo o que a cena punk (e a pós) tinham para oferecer, podendo
 assim, codificar suas frequências sonoras do jeito que quisessem — finlandês.





Kollaa Info:

+ O nome da banda foi diretamente tirado do slogan "Kollaa Kestää" (Kollaa Resiste), referindo-se à Batalha do Rio Kollaa, durante a Guerra de Inverno finlandesa contra a União Soviética em 1939-1940. 


+ Jyrki Siukonen trabalhou como jornalista na Hilse, uma revista voltada para o punk e a new wave. 


+ Infelizmente dois dos integrantes originais já nos deixaram: o vocalista/guitarrista Kai Kivi em 2007, aos 48 anos, e o guitarrista Juha Helminen em 2013.


+ Syksy é uma versão de 'Shot By Both Sides' do Magazine, banda do ex-Buzzcocks Howard Devoto. 



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  Musti, Sotakoira [7" Single] (1978)





   Kollaa Kostaa [EP] (1978)





 Kirjoituksia Kellarista [7" Single] (1979)





  Jäähyväiset Aseille (1979)


quarta-feira, 12 de abril de 2017

Megahammer - Raw Licks, Sleazy Flicks (2016) + Bonus Singles


Anos 80: estamos num mundo dominado por ninjas traficantes e policiais corrputos. Na linha de frente, uma rapaziada de Lahti, sul do país, com guitarras, saxofones e sintetizadores, Megahammer


Para quem ainda não sabe, synthwave é um estilo musical, ou melhor, uma espécie de synthpop "ressurgido" nos anos 2000, influenciado por filmes, comerciais, videogames e até mesmo desenhos dos anos 80. A onda foi mundial, com nomes pelos quatro cantos do planeta, e a Finlândia, obviamente não ficou de fora; vide Tiltshifted, Flash Arnold, Starforce (https://transsuomiexpress.blogspot.com.br/2013/09/starforce-omniversal-oscillations-2013.html) e claro, Megahammer.


                            


Nos trazendo uma gratificante nostalgia — papo de velho, mas necessário: quem viveu ao menos um pouquinho daquela maravilhosa década, sabe o que é sentir isso —, músicas como Applegate '89 poderia tranquilamente entrar na trilha de Miami Vice, ou qualquer filme policial da época. No mais, década de 80 é agora! Belo disco.



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SINGLES: 


  Double Feature (2015)






 Catch Me (2015)





segunda-feira, 13 de março de 2017

Smack - On You (1984)

                                                      'On You' Finnish Cover

                                                   'On You' Woldwide Cover


Sleaze Em' All! TSE de volta com uma vertente mais suja, mais punk dentro do Hard Rock; mais Sleaze Glam. De Helsinki (para variar), Smack!


Com a ignição da banda dada em 1982, o debut só pisa na estrada em 1984, já com a formação mudada — Claude (vocais), Manchuria (guitarras), Kartsa (guitarras), Cheri (baixo) e Kinde (bateria), já no lugar de Juki Marjala —, mas mostrando que fariam barulho até o final daquela década. 


On You é aquele tipo de álbum à frente do seu tempo; você não sabe se é punk, heavy metal ou apenas cinco caras fazendo rock numa garagem com alguns sprays de laquê já no fim.
Embora tivéssemos o Aerosmith nos anos 70, curiosamente, esse tipo de sonoridade só foi acontecer um pouco depois, em 1987, com o nada menos Appetite for Destruction, daquela banda, daquele cara de bandana; mas principalmente agora nos anos 2000 com um revival peneirante de bandas Sleaze vindas principalmente dos países nórdicos. Em suma, um ótimo começo para uma banda que infelizmente encerraria suas atividades em 1990.




Sleaze Info:

+ As capas do post são da edição original finlandesa e a edição para o resto do mundo.

+ "On You" teve até lançamento no Brasil. Volta e meia, este que vos escreve visualizava uma ou outra cópia injustamente encalhada nas bancas das lojas. Eu mesmo trabalhei em algumas.

+ Em 2008, Cheri e Kinde ameaçaram um retorno pra lá de torto, com outros integrantes. 




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segunda-feira, 6 de março de 2017

Tasavallan Presidentti: Discografia


E o Trans Suomi Express segue firme na resistência dos bons sons finlandeses, apesar dos já habituais infortúnios técnicos/virtuais! Para começar o ano (atrasado) bem, vamos com o que há de mais fino na discografia sônica do jazz/prog: Tasavallan Presidentti.



É da capital Helsinki que vêm os Presidentes da República (nome em português da banda); formado em 1969 por Jukka Tolonen (guitarras) e Vesa Aaltonen (bateria), seguidos pelo ex-Blue Section Måns Groundstroem (baixo), Juhani Aaltonen (flauta e saxofone) e o inglês Frank Robson (vocais), lançam, naquele mesmo ano, seu autointitulado debut pela Love Records. Mas o disco mal vê a luz do dia e Juhani, descontente com a gravadora, pula fora do posto, dando lugar para Pekka Pöyry. Em agosto de 1970, a primeira aparição do grupo num festival de renome, o Ruisrock, em Turku, sudoeste do país. No mesmo ano, eles fazem o papel de "session band" do músico Pekka Streng e ainda gravam um álbum, o Magneettimiehen Kuolema (Death Magnetic Man), produzido por Groundstroem. 

Tudo parecia correr bem até vir mais uma barreira burocrática a fim de emperrar seu novo lançamento. Graças ao desinteresse de última hora de Bob Azzam, um agente da EMI, Tasavallan Presidentti II, gravado na Suécia ainda em 1970, foi lançado somente no ano seguinte, contando ainda com a péssima divulgação do mesmo, resultando no inevitável fiasco. 


(Parêntese impulsivo):

Disparado o melhor disco da banda! O rock no progressivo  se dá pela potência das guitarras de Jukka e a pressão exercida numa temperatura de escala Vesa; jazz gelado, erudito 'negão' e ambientações que mais parecem uma tranquila, mas corriqueira caminhada na floresta. À Massariana, digo: Tasavallan Presidentti II é uma ode aos bons sons. 





Longe de desanimar, os presidentes se apresentam mais uma vez no Ruisrock e engatam uma bem sucedida turnê pela Suécia, ganhando atenção da EMA local e assinando contrato para a gravação de mais um álbum e uma turnê inglesa na sequência. Curiosamente, a banda dispensa o inglês Frank; enquanto sua voz caminhava para o pop, os presidentes tomavam uma direção ainda mais progressiva, e Lambertland (1972) é a marca desse período, onde os contratempos eram pipocados a cada esquina.



No meio do caminho, mais uma baixa: sai Groundstroem, entra o primo de Tolonen, Heikki Virtanen para as quatro cordas. O ano de 1973 é intenso no que diz respeito a shows, tanto pela casa (Ruisrock novamente) quanto fora, tocando no importantíssimo Reading Rock Festival e fazendo programas como o da BBC (ambos na Inglaterra), alcançando status de banda residente da revista Musa (Finlândia).


             Reading Rock Festival '73 Line Up 

Mantendo a tradição dos atrasos, Milky Way Moses aparece em abril de 1974 com mais Jazz Fusion. Infelizmente, nem um disco tão bom como esse segurou as ondas do pessoal, que há tempos dava sinais de desgaste interno, desencadeando a esperada separação. 



Em 1999, uma ameaça de retorno aos palcos com shows aqui, ali, a gravação do ao vivo Live: Still Struggling For Freedom (2001) e o de estúdio Six Complete (2006), encerrando de vez as atividades em 2007 


O Tasavallan Presidentti nos deixa um legado inestimável neste universo tão restrito e ao mesmo tempo tão explorado (que paradoxo, não?) que é a música progressiva, experimental ou o que seu feeling decidir; foi um pequeno, mas significativo apanhado de álbuns que marcaram uma época, um lugar, mas uma incessante legião de escavadores sonoros, permitindo inclusive este, a mostrar sua importância aos fãs da música finlandesa. 





Jazzy Info:

+ O nome da banda foi tirado de um jornal.

+ Acredite se quiser: em 2008 Jukka Tolonen foi preso por agressão e delitos relacionados à drogas. Se converteu ao cristianismo na prisão e foi solto em novembro de 2009.

+ O já convertido Jukka lançou em 2011 o álbum "Juudan Leijona" ("Lion Of Judah" - ou "Leão de Judá" em português), com hinos tradicionais finlandeses, onde ele canta e toca piano. 

+ O último show da banda nos anos 70 foi com seus "rivais" Wigwam (futuramente no TSE).

+ Após a separação da banda, cada "presidente" seguiu seu caminho; Tolonen caiu de cabeça em sua carreira solo, e logo depois Pöyry, Kotilainen e Virtanen se juntaram a sua banda; já Vesa Aaltonen foi trabalhar numa produtora de filmes por um ano antes de seguir com o Pekka Pohjola Group, etc.


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                                              Tasavallan Presidentti (1969)


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                                  Tasavallan Presidentti II (1971)


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                                          Lambertland (1972)


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                                     Milky Way Moses (1974)


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                                        Six Complete (2006)


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                                                                                 Fonte/Source:
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